terça-feira, 29 de março de 2011

\0/ Primeira Postagem \0/

Salve, salve... Bom, primeiro blog, primeira tentativa. Desta forma peço desculpas pela informalidade, mas para começar um pouco sobre os trotes!


O TROTE NA FACULDADE

O trote tem origens já com as primeiras universidades, na Europa na Idade Média (VASCONCELOS, 1993, p. 13). Nestas instituições, surgiu o hábito de separar veteranos e calouros, aos quais não era permitido assistirem as aulas no interior das respectivas salas, mas apenas em seus vestíbulos (de onde veio o termo "vestibulando" para designar estes novatos).
Já no século XVI, nas universidades de Bolonha, Paris e, principalmente, Heidelberg, os calouros eram classificados como “feras” pelos veteranos, tinham pelos e cabelos arrancados e eram obrigados a urina e comer excrementos antes de serem declarados “domesticados”.
Em Portugal, os trotes podem ser rastreados a partir do Século XVII, na Universidade de Coimbra, onde alguns estudantes da elite brasileira trouxeram para o Brasil essa “novidade”.
Segundo Antônio Álvaro Soares Zuin (O trote na universidade - Passagens de um rito de iniciação. Cortez, São Paulo, 2002), a palavra trote possui correspondentes em vários idiomas, como espanhol, inglês, italiano e alemão, como uma referência a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, que se situa entre o passo (mais lento) e  galope (mais rápido). E este deve ser ensinado ao cavalo (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Da mesma forma o calouro é encarado pelo veterano com algo que deve ser domesticado pelo emprego de práticas humilhantes e vexatórias.
Nos últimos anos as instituições de ensino vêem tentando coibir ou amenizar sua prática, através do endosso dos chamados trote solidário. São assim chamadas as atividades assistencialistas, organizadas pelos centros acadêmicos, ou pelos próprios veteranos, como coleta de alimentos não-perecíveis, roupas, doação de sangue, entre outros.
O status de calouro é findado, geralmente, com o fim do primeiro ciclo dentro do seu curso, que se da com o ingresso de uma nova turma. Em algumas instituições este se dá no dia 13 de maio, uma referência à assinatura da Lei Áurea. Em quase todos os casos é feito uma festa para comemorar a libertação dos bixos.
Em inquéritos feitos na Faculdade de Medicina de Botucatu, por exemplo, nos últimos anos, apenas 10% dos calouros discordam que o trote como uma brincadeira ou como uma integração é importante para o início da vida universitária, desde que não ultrapasse os limites da integridade do bixo. A grande maioria ainda diz pretender aplicar trotes no próximo ano “trotes agraveis e leves, respeitando a vontade do calouro, caso ele não queira” 2.
Conclui-se assim que o trote não deve ser generalizado como um todo ruim. É também necessário ao calouro esta passagem de uma mentalidade de um aluno de ensino médio para um aluno de graduação, onde agora esta escrevendo seu futuro e não mais apenas fazendo provas para se ver livre da escola.

Bibliografia
 1 WIKIPEDIA, a Enciclopédia Livre. Trote Estudantil. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Trote_estudantil>. Acesso em 27 de março de 2011
2 GIAROLA, L. C. Trote na Universidade. 1997. Médico Professor do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Bootucatu – Unesp. Presidente da Comissão de Assuntos Estudantis

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